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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Deixa eu te apresentar... A Editora Charme


     Essa semana começa com uma notícia que nos deixou além de eufóricas muito felizes. Conseguimos nossa primeira parceria com uma editora. E não é qualquer editora. É com a Editora Charme!

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     Então resolvemos que a coluna desse semana seria para apresentar a vocês essa editora maravilhosa e seu casting...

A Editora:

     Criada por mulheres, amigas e amantes da leitura que tinham um desejo em comum: proporcionar leitura de qualidade, com foco em livros New Adult, Young Adult, Chick Lits e Romances, a um público que cresce mais e mais a cada dia, mas que não tem uma editora com os olhos voltados para ele: as mulheres.
     A vontade de compartilhar as leituras, que faziam em inglês, com outras leitoras que não tinham acesso aos livros devido à barreira do idioma, despertava cada vez mais a vontade nessas amigas de montar um negócio para proporcionar a oportunidade a outras leitoras de lerem os mesmos livros que elas tanto amam, e que, no Brasil, não costumam ter muito investimento por parte dos grandes grupos editoriais.
     Juntando o amor à leitura e à diversidade de suas áreas de formação profissional, elas resolveram agregar seus conhecimentos para criar a Charme.    

Uma editora jovem, feminina, dinâmica, moderna, divertida, romântica e sensual, assim como nós.
Autores:

A Charme tem atualmente em seu casting 26 autores.

     Alguns deles já tivemos o prazer alegria de ler e resenhar e em breve teremos muito mais.
     Então... Vamos comemorar?

domingo, 29 de abril de 2018

Rio 2054, Os filhos da Revolução (Jorge Lourenço)


RIO 2054: Os filhos da Revolução (Jorge Lourenço)

Rio 2054: Os filhos da Revolução é o livro de estréia, e único até agora, de Jorge Lourenço, jovem escritor e jornalista carioca que já escreveu para O Globo, Uol e outros veículos de imprensa. Lourenço ambienta o seu romance com propriedade, ostentando conhecimento de quem mora a vida inteira na cidade fluminense.  O livro tem clara inclinação para a questão da segregação do espaço urbano, que é tão facilmente perceptível nas grandes cidades. Observe nos dias atuais, por exemplo, a diferença entre a Rocinha e Ipanema. A obra é prato cheio para quem tem interesse em Geografia, História e Sociologia.

Antes de partir para sinopse em si, para o interior dos e das protagonistas, vou explicar um pouquinho como é o universo de Lourenço.


O mundo em 2054

A cidade do Rio de Janeiro está dividida entre Rio Alga (ou as Luzes) e Rio Beta (ou os Escombros). A diferença entre as duas é monumental. As Luzes são extraordinariamente ricas, enquanto os Escombros compreendem uma área segregada cuja tecnologia não chega nem ao que temos hoje, em 2018.  Seus habitantes não podem cruzar as fronteiras, que são guardadas vinte e quatro horas por dia. Utopia para quem?


Na década de 20 (do século XXI), uma guerra civil movida por grupos separatistas provocou essa situação. Tais grupos congregaram as mais diversas correntes ideológicas contra a divisão injusta dos royalties de petróleo da nova reserva de petróleo encontrada no Rio, a Pré-sal 2. A divisão favorecia a iniciativa privada em detrimento do público, e as autoridades, claro, não facilitaram para que o interesse coletivo superasse o individual. A ONU, em conjunção com as classes dominantes, isolou a área rebelde do Rio e a transformou em um complexo com o nome de Zona Internacionalizada (ZI). A força militar liderada pela OTAN terminou o serviço detonando uma bomba nuclear no centro da cidade, isolando-o das duas partes da cidade.

Nos Escombros, as pessoas se alimentam com frutas podres adquiridas em sua maioria na feira-livre da terça-feira, um espaço que vende os restos das Luzes a preços acessíveis. A vida social da Rio Beta é recheada de gangues, elemento retratado durante todo o livro. Já na parte nobre, a tecnologia se desenvolveu a tal ponto que os robôs, — alguns deles, não todos — foram atingidos pela seciência (conceito do próprio Jorge Lourenço), espécie de consciência existencial dos robôs, também chamada de “Fantasma”.

Claro que o foco do livro é a distopia, um subgênero da ficção científica. Mas o livro também trabalha com a fantasia. Existem alguns indivíduos "especiais" neste mundo. As suas habilidades vão desde a telecinésia até a previsão de um futuro próximo. Não há nenhuma explicação com verossimilhança científica para isso, e esses indivíduos são perseguidos pelas autoridades e são literalmente apagados da história. Mas não trate isso como maldade, afinal, este livro não trabalha com lados bons e lados maus. O governo e as empresa dão "as suas voltas" e conseguem legitimar todas as suas ações.

Sinopse

Miguel é um jovem que ganha a vida vendendo próteses. Esses aparelhos são retirados das carcaças dos soldados vitimados pela guerra civil, que repousam no centro da cidade (sim, na área radioativa). Miguel descobriu, com a sua inseparável moto, uma passagem para o centro, e nunca sofreu nenhuma sequela da radiação. Ele revende os produtos adquiridos lá para o seu melhor amigo, Nicolas, que é médico diletante. Também é lá que, em um sebo em ruínas, consegue manter seu vício de leitura, que não é o mesmo vício da sua ex-namorada, Nina, que se afundou nas drogas com a decepção de não conseguir uma forma de se mudar para as Luzes.

No ano de 2054, aparece uma personagem misteriosa. Angra, uma moça misteriosa e carismática, começa a ganhar enorme poder de influência. Chama a atenção o seu estilo cruel de derrubar adversários na batalha de gangues, esporte mais famoso nos Escombros, cuja violência serve de show televisivo para as Luzes. A grande problemática é que Angra usa as batalhas como estratégia para algo maior. Ela é a mudança. Qual é o caminho que Angra quer trilhar para os Escombros? O que significa a ascensão meteórica dela e de sua gangue?

É aí que entra em cena o Comandante, maior mafioso do Rio Beta. Curioso com a ascensão de Angra e tendo como pressuposto de que ela pode ser nociva para a sociedade, ele reúne o melhor motoqueiro de cada gangue para derrotar a Éden, gangue que ela lidera. Miguel, por ser amigo de infância de Anderson, líder uma grande gangue, também é convidado para o ambicioso projeto do Comandante. Só aceita porque ele encontrou Alice, robô com um “fantasma” acentuadíssimo que está prestes a descarregar; sua bateria é caríssima e ele, com as poucas palavras que trocaram, se encantou com a vontade que ela tem de descobrir mais sobre si mesma e sobre a vida. A única maneira de conseguir a grana para pagar a bateria é participando do crime, coisa que ele sempre teve repulsa. 

O próximo subtítulo contém um pequeno spoiler (não muito grande), então, basta pular para as considerações finais  (o que ficou do que passou) caso você ainda não tenha feito a leitura da obra.

Uma análise

Fiquei encabulado com uma cena em que o Comandante (um homem misterioso que aparece sob disfarces de Che Guevara, Fidel Castro, Lênin e outras personalidades socialistas) discute com o Miguel e, aparentemente, o convence de que os ideais revolucionários de Angra não são tão legais assim.  O cara, com um discursinho que romantiza a pobreza, defende com unhas-e-dentes que a vida nos Escombros é mais legal do que nas Luzes, fazendo uso de argumentos como o de que, nas Luzes, as pessoas estão aprisionadas às redes sociais e à vida fútil e consumista da classe média.

Ora, se isto for verdade, então beleza, vamos viver em áreas com esgoto a céu aberto, fazendo voto de pobreza, participando de forças contrarrevolucionárias só porque sim, é a única maneira de barrar a nefasta revolução que livraria pessoas miseráveis de suas vidas famintas e pouco saudáveis. Estou com o Miguel nessa discussão! Embora em mim tenha ficado uma impressão de que a última palavra foi do Comandante, que ele talvez tenha “vencido” o debate com seus argumentos ridículos.

A verdade é que, querendo ou não, Angra é a síntese da libertação daquele povo dos Escombros, da inconformidade com as situações de vida impostas pelo capitalismo a esse povo. Aliás, para falar a verdade, Angra nem é revolucionária: ela só quer que o povo tenha acesso aos confortos e consumos de fora daquela miséria absoluta na qual ela e seus conterrâneos vivem. Mas que o Comandante, o suposto socialista, é contrarrevolucionário, ah, não tenha dúvidas!...

O que ficou do que passou

O livro é um primor. Fiquei bem irritado com algumas personagens de grande evidência positiva na trama. Se o livro fosse meu, o Comandante, por exemplo, não circularia pelos protagonistas. Seria apenas um contrarrevolucinário que se utiliza oportunamente de símbolos socialistas. Apenas um rico filantropo, como Bill Gates. Mas a verdade é que o livro não tem muito de maniqueísta, a questão de bem e mau, o que me deixa bastante contente. Livros assim nos fazem refletir muito mais, e a interpretação de cada pessoa diz muito sobre o que ela acredita. 

A abordagem de Jorge Lourenço não deixa a desejar na questão da luta de classes. A desigualdade social está presente em todas as páginas, e o tratamento não é simplista: existem dois pólos, as Luzes e os Escombros, porém, há complexidades. Até nas Luzes há diferenciação social, uma vez que a maior parte da população de lá é formada por classes médias, e uma pequena parte vem da elite. Nos Escombros também há os que conseguem, por exemplo, comprar frutas e verduras em qualquer dia da semana, e não só nas terças-feiras como quase todo mundo.


Outro grande mérito de Jorge Lourenço é a fluidez da sua linguagem. Minha vontade é a de ficar horas e horas lendo o seu livro, mesmo se eu tiver outras obrigações. A pena é que eu não achei outras obras dele em minha pesquisa e pode ser que esta seja o seu único romance até hoje. Espero, portanto, que eu esteja bem enganado. No entanto, como se vê na imagem ao lado, ele é bem jovem e pode ainda nos presentear com outras obras no futuro.

Recomendo muito: leia Rio 2054, Os filhos da Revolução. Se não gostarem, a responsabilidade é minha. 

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A Fogueira (Krysten Ritter)


Sinopse:

     A fogueira é o livro de estreia da atriz Krysten Ritter, protagonista do premiado seriado da Netflix Jessica Jones e conhecida também por seus papéis em Os defensores e Breaking Bad, entre outros filmes e séries. 
     Na trama, Abby Williams é uma advogada de 28 anos especializada em questões ambientais. Hoje uma mulher independente vivendo em Chicago, Abby teve uma adolescência problemática numa cidadezinha no estado de Indiana que até hoje ela luta para esquecer. Mas um caso de contaminação envolvendo uma grande empresa obriga Abby a voltar à pequena Barrens e confrontar seu próprio passado. 
     Quanto mais sua equipe avança nas investigações sobre a Optimal Plastics, mais Abby se aproxima também da verdade sobre o misterioso desaparecimento de sua antiga melhor amiga anos atrás e de outros acontecimentos até então sem resposta.

Resenha:

Esse é mais um dos livros que recebemos, para resenhar, da reunião anual com a Aliança de Blogueiros do Rio de Janeiro. Com lançamento simultâneo com os EUA esse é o livro de estreia da protagonista do seriado Jessica Jones (para saber mais da série veja nosso link: Jessica Jones - 2ª temporada).
O livro começa abordando assuntos bem atuais. Uma empresa que fabrica plástico, uma cidadezinha com casos de contaminação de sua população, me levaram a me animar a ler a história, mas não se engane leitor, isso é só um pano de fundo para a verdadeira história.
Nela Abby Williams volta par Barrens, uma cidade pequena perto de Chicago e Indianápolis, 10 anos depois de terminar o ensino médio. Lá ela revê os antigos colegas, relembra os bullings sofridos e ainda investiga a possível culpa da empresa que investiu alto na cidade.
O livro tem sua primeira metade com  uma narrativa arrastada e cansativa como os dias de fim de verão no noroeste americano. Deu até uma certa decepção pois me parecia que iria investir bem mais na polêmica grande empresa - meio ambiente - população local e fiquei até atentada a largar o livro. Mas como isso é uma coisa que me dói o coração encarei a empreitada e segui adiante. E aí que foi o meu grande acerto.
Depois de um pouco mais da metade do livro a história engrena e toma fôlego para uma narrativa mais dinâmica e que prende o leitor para que possa compreender o verdadeiro papel da Optimal Plastics em investir tanto na pequena e abandonada cidade.
O final é bem interessante e não decepciona quem investir na leitura mas o final não vou contar. Invista você também. Afinal Krysten Ritter/Jessica Jones tem futuro e creio que acertou ao investir nesse triller de suspense.

"O passado é só uma história que contamos. E todas as histórias dependem do final."


quinta-feira, 26 de abril de 2018

Quando as Estrelas Caem - Amie Kaufman e‎ Meagan Spooner



Sinopse:

Tarver só tem 18 anos, mas já ocupa o posto de Major e foi condecorado como herói. Lilac é mimada e arrogante, e acha que o mundo existe somente para servi-la. A menina mais rica da galáxia e o guerreiro misterioso. Perdidos em um planeta abandonado, os únicos sobreviventes de um desastre que matou milhares de pessoas sabem que precisam aprender a conviver e não estão certos de que conseguirão voltar para casa um dia. Juntos, eles enfrentam aparições, vozes fantasmagóricas, coisas que desaparecem e a presença cada vez mais próxima da força desconhecida que ejetou do espaço a nave Icarus. Criando um vínculo que supera o clichê os opostos se atraem, Lilac e Tarver provam que a coragem e a lealdade podem ser muito maiores que o instinto de sobrevivência. Personagens que, de tão imperfeitos, nos fazem torcer por eles. Suspense arrebatador, amadurecimento e um desfecho eletrizante daquelas fantasias que nos cativam e fazem querer compartilhar a história com todo mundo... Quando as estrelas caem é apaixonante.

Resenha:
O livro começa com o encontro entre Lilac e Tarver. Lilac é linda e a maior herdeira de toda a galáxia, fato que Tarver desconhece. Após este encontro ambos ficam mexidos, mas Lilac fica muito mais, pois não consegue acreditar que o major bonitão não sabe quem ela realmente é. Em um segundo encontro Lilac é esnobe com ele perto de suas amigas, mas conforme vamos conhecendo sua história iremos entender o motivo de tal atitude.
Eles estão em uma viagem no espaço na nave Icarus que foi criada pelo pai de Lilac, após alguns acontecimentos eles estão juntos em uma cápsula para fugir de uma nave que não irá resistir por muito tempo, nestes percalços Lilac que aparenta ser uma garota mimada e egoísta mostra seus conhecimentos em eletrônica deixando Tarver boquiaberto.
A cápsula deles chegam em um planeta desconhecido os obrigando a uma convivência diária pela sobrevivência. Cada um com seus medos, inquietações e enfrentando animais e uma força desconhecida que habita aquele planeta. Apesar de tão diferentes Lilac e Tarver vão se conhecendo e aquela atração inicial explode totalmente. 
Apesar de um fato em si que não me deixou muito contente com o livro e ter um ritmo lento, posso falar que a leitura vale a pena e é um livro totalmente diferente do que estou acostumada a ler. Se aventurem...


No Controle - Estreia 3% Netflix


A estreia da segunda temporada causa um misto de sentimentos conflitantes entre os viciados em séries como eu. Alguns adoraram o anuncio da continuação de 3%, outros como eu estão com um pé atrás ( um não dois, mesmo). 
A série que fez pouco sucesso no Brasil, foi aclamada entre o publico estrangeiro se tornando a segunda série não produzida nos EUA assistida pelo publico norte americano, vai entender...
Enfim a série estreia dia 27/04 na Netflix. 
Agora cabe a você julgar se gosta ou não. Eu por vias de duvidas vou assistir e torcer pela melhora da série afinal a ideia central é ótima.



Sinopse:

Em um futuro onde a elite vive no conforto do Maralto, todos os jovens de 20 anos passam por um processo seletivo para viver lá. Mas só 3% serão aprovados.
Criação: Pedro Aguilera
Temporadas: 2
Episódios: 10
Estréia: 27/04/2018
Canal: Netflix
Elenco: João Miguel, Bianca Comparato, Michel Gomes


Quer um gostinho da Série? Dá uma olhada no Trailer abaixo.




terça-feira, 24 de abril de 2018

Desvendando Princesas - Vanessa Marques





Título: Desvendando Princesas
Autora: Vanessa Marques
Editora: PL
Páginas: 365

Sinopse:
 
São Vicente está em festa! Finalmente, o príncipe Nicolas Volkovich irá se casar com uma plebeia! A família Haddad está em êxtase porque, em breve, sua primogênita se tornará uma princesa! Seria um conto de fadas perfeito, se no meio dele não existisse um porém… Luciana, a futura princesa, desapareceu e somente sua irmã poderá ajudá-la. Isabella Haddad saiu de São Vicente após um momento trágico e prometeu jamais retornar. Seguiu sua vida e teve sua chance de recomeçar. Até que um simples telefonema na madrugada diz exatamente o que ela menos queria: era a hora de voltar para casa! Será que Isabella conseguirá desvendar o mistério do desaparecimento da princesa e resistir a tudo aquilo que deixou para trás? Até que ponto o perdão pode apagar as mágoas do passado?

Resenha:

Esqueça tudo o que você conhece sobre livros de princesas. Este não tem nada de convencional.

Começando pela protagonista da história que de princesa não tem nada. Isabella é a irmã da futura princesa, o que por si só é pesado demais. Passar a vida a sombra de sua irmã em uma sociedade machista, tornou Isa uma mulher prática e com arame farpado ao redor do coração.


Fugir carregando um peso enorme foi a única solução para a heroína. Não foi fácil se reerguer em uma outra nação, mas ela conseguiu e se tornou uma policial.

Se o telefone não tocasse naquela madrugada , jamais voltaria a São Vicente, mas ele tocou e ouvir sua irmã pedindo socorro mudou sua vida mais uma vez, vencendo todos seus temores Isabella retorna para desvendar o sequestro de sua irmã.

Voltar significar encontrar Nicolas noivo de sua irmã  e Lucca (lindo!). Em meio a tiros, suspeitas e muita a ação a trama se desenrola.

Sobre os personagens:

Quando a trama é bem amarrada os personagens se completam, é exatamente o  que acontece em Desvendando Princesas. Como disse logo no início o livro não tem nada de clichê.

Isabella não é a irmã invejosa da princesa, nem fraca ou chorona; ao contrario, ela quebra tudo. Poderosa,inteligente e estrategista, Isa é dotada de uma humanidade incrível. O amor fraternal assim como sua lealdade aos amigos a tornam uma das minhas super heroínas favoritas.

Lucca, Lucca. O espírito protetor deste  homem não é deste mundo.

Contudo ele não é perfeito e assim como muitos de nós tem suas falhas(fiquei brava com eles, mas já perdoei).

Considerações finais:

 
O livro tem uma escrita leve, dinâmica e flui naturalmente. O texto é narrado por Isabella, porém com alguns capítulos narrados por Lucca e Nicolas. Os três tem suas personalidades expressas em suas narrações, parabéns Vanessa pois na maioria dos livros tenho percebido dificuldades dos autores com diversos narradores onde não consigo enxergar diferenças reais entre eles. Outro ponto positivo é o fator surpresa, durante toda trama fui entrando em um ritmo rápido de mistério e revelação.

Acabei de citar o ritmo, o livro me prendeu do início ao fim, elogios ao trabalho de revisão.

A capa é linda, fiquei encantada a primeira vista, afinal tem um trabalho de cor, luz e intensidade muito interessante.

Resumindo, amei o livro, adorei a capa e estou bem feliz por conhecer a obra de uma jovem autora brasileira com futuro promissor.

Leu? Gostou? Comenta!




 


domingo, 22 de abril de 2018

Cidadela (A.J. Cronin)



Cidadela (A.J. Cronin)

O livro que motivou esta resenha é uma aula de filosofia materialista. Explico: fica bem difícil lê-lo sem ter em vista os conflitos da vida material do protagonista, Andrew Manson. A Cidadela é um romance lançado em 1937 pelo escocês Archibald Joseph Cronin. Através de um realismo cáustico, cria uma história que expressa anseios de vozes que na realidade não conseguem ser audíveis. Caso tenha interesse, também existe um filme (do cinema mudo) desta história, de 1938.

Se o trabalho compulsório persiste ainda hoje, não era diferente à época do seu lançamento, no início do século XX. Os operários das minas de carvão do País de Gales morreram de tuberculose, câncer ou em desastres como desmoronamentos de rochas nas minas ou até no desabamento de entulhos em Aberlan, fato bastante cruel que vitimou crianças, trabalhadores e trabalhadoras.

Uma rápida pesquisa e vemos que o substantivo que titula o livro, Cidadela, consiste numa proteção que rodeia uma cidade ou um castelo, ou seja, como se fosse uma fortaleza. Bem, faz sentido se pensarmos que Andrew chega completamente exposto, inseguro, pobríssimo, à sua nova vida, em uma cidade desconhecida, com pessoas desconhecidas, buscando algum tipo de base para se sustentar, pois não tem nem o socorro familiar por causa da morte dos pais. É como se fosse uma saga de uma pessoa normal em busca de segurança.  Explico melhor nas palavras seguintes.

Sinopse

Andrew Manson é um recém-formado medido britânico. Ele consegue o seu primeiro emprego como auxiliar de médico numa cidade no País de Gales, cuja economia gira em torno da extração de carvão nas minas. Jovem, inseguro, tímido, o que viu na prática foi bem diferente. Ele se deparou com a responsabilidade de ser médico principal, uma vez que o chefe da clínica estava na realidade quase morrendo por uma doença gravíssima.

A população operária da cidade sofre com a insalubridade nas condições de trabalho, no entanto, como estamos aqui no início do século XX, não se sabe que os problemas de saúde são oriundos do ar tóxico das minas. Muito pobre, Andrew se tornou órfão ainda no início da sua formação universitária, e teve que financiá-la, endividando-se, para conseguir se formar.

A história vai para o seu eixo central depois que o médico se consolida, já casado com o amor da sua vida, a professora Christine, que, como era costumeiro naquela sociedade ainda mais patriarcal, se aposentou do seu ofício para ser dona de casa. Mudando-se para cidades e clínicas com melhores condições, ele se vê cada vez mais inserido na classe média, que ele tanto desprezava até pouco tempo atrás. Será que ele vai persistir com seu desprezo às classes médias? Aos médicos que fazem de tudo para ganhar dinheiro? Em melhores condições materiais, ele permanece incorruptível na indignação com a desigualdade social?

O que ficou do que passou: minha interpretação

A vida material influencia de forma decisiva os pensamentos das pessoas — é o que propagava aquele barbudo, Marx o nome dele. Considero que esse seja o fio condutor das ações do protagonista da história. Foram as suas privações que o fizeram sensível às condições degradantes com as quais os trabalhadores tinham que conviver, e é pela melhoria em sua condição de vida que ele corre o risco de se esquecer do que ele tanto defendia. Uma ressalva, é claro: o autor não expressa tal intenção; é apenas uma leitura particular.

O escritor do livro também tem formação em medicina e possivelmente trouxe bastante da própria experiência, sobretudo no começo do livro, quando o médico sofria com a insegurança de quem está apenas começando. Outro trabalho do escritor que tem uma pegada parecida é Anos de Tormenta (Shannon’s Way), romance no qual o autor também mostra as dificuldades de um médico inexperiente em consolidar a carreira, e a satisfação que advém da superação dessas barreiras.

Livro fenomenal, intenso por demais! Deu seguimento à sequência de livros incríveis com os quais estou tendo a sorte de me deparar. A linguagem do escritor não é a mais agradável do mundo. Seu êxito reside no enredo, na intensidade das reflexões que suscita, possibilitando interpretações diversas, tanto subjetivas quanto, como a que aqui foi feita, sociológicas. Super indico para quem procura um livro com uma boa e intensa história, não para quem quer leveza


Matheus Andrade,
22/04/2018

sexta-feira, 20 de abril de 2018

A mulher na janela (A. J. Finn)

Sinopse:

     Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. 
     Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. 
     Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? 
     O que é realidade? 
     O que é imaginação? 
    Existe realmente alguém em perigo? 
    E quem está no controle? 
    Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. "A Mulher Na Janela" é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.

Resenha:

     Ganhei esse livro no Encontro de Livreiros da Arqueiro/Sextante que aconteceu esse mês. Como está rolando uma propaganda massiva dele achei que realmente deveria ser muito bom para ter tanto investimento. Então mais uma vez abandonei minha extensa listinha de livros para ler esse ano e furei a fila, ainda bem que não me arrependi.
     O início é bem massante mas depois de finalizar a leitura compreendi o que o autor queria passar... além da ideia de uma rotina rígida e solitária a impressão de realidades ao seu redor que a personagem principal vivia. Então caro leitor, se você resolver encarar essa leitura eu digo: NÃO DESANIME! Ou depois de se cansar da mesmice você pode pular algumas páginas (lá para a página 100 para não perder o foco tá bom) que não irá influenciar em nada na sua compreensão da história.
     Depois desse início bastante repetitivo é que a história começa a pegar fogo e temos a percepção de que algo está errado com o que Anna está vivenciando. Ou é fantasia ou os outros estão loucos? E lhes digo... não acredite em tudo que você lê. Mas também não duvide!
     Gosto de bancar a detetive quando leio livros policiais (meu novo vício literário) e/ou suspense. E adivinhar quem é o culpado. Quase sempre acabo acertando mas nesse triller psicológico eu errei feio, admito.
      Creio que se reduzisse esse início repetitivo o livro ficaria mais afiado mas como já falei, nada que influencie a hipnotizante história de uma mulher que depois de um trauma sofre de Agorafobia (um transtorno de ansiedade que se refere ao medo de andar nas ruas, dificuldade de sair sozinho de casa entre outras características) e que acompanha a vida de seus vizinhos até a noite em que ela testemunha (ou acha que viu) um assassinato. Ops! SPOILER!!!!
     Daí em diante a narrativa se desenrola em cima deste impactante acontecimento e você começa a se colocar em dúvida se realmente aconteceu ou não, e mais ainda, quem é o assassino, se é que ele realmente existe. 
     Quando cheguei nessa parte do livro não teve jeito, o autor conseguiu me fisgar completamente e não larguei o livro até terminar.
     Uma história envolvente e instigante que prende o leitor e o coloca a prova a cada capítulo na dúvida do que realmente está acontecendo. Parabéns à Editora Arqueiro, esse sim é um SENHOR LIVRO que todos devem ler.

Como se Vingar de um Cretino - Suzanne Enoch



Titulo: Como se vingar de um cretino
Autora: Suzanne Enoch
Editora: Harlequim
Ano: 2018
Páginas: 288
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Sinopse:

Era uma vez um notório visconde Dare, que seduziu lady Georgiana Halley e tomou sua inocência para ganhar uma aposta, e agora ele vai ter que pagar. O plano é simples: ela vai usar cada artifício de conquista que conhece para ganhar o coração de Dare, e então quebrá-lo. Mas o olhar do visconde tenta Georgiana a se entregar ao prazer mais uma vez, e quando ele a surpreende com um pedido de casamento, ela se pergunta: esse é mais um de seus jogos, ou dessa vez é amor verdadeiro?

Resenha:

Existem dois tipos de livros de época, os clichês ( mais do mesmo) e os incríveis. Como se vingar de um cretino entra na segunda categoria. 
O livro é uma obra feminista de época, Georgiana pode ser considerada uma "Girl Power" do século XVIII.
A trama tem inicio em uma conversa entre amigas sobre como ensinar aos homens lições de amor. Giorgiana é a primeira a listar suas regras:

"Lista da Georgina

1. Nunca parta o coração de uma mulher
2. Sempre diga a verdade, independentemente do que acha que a mulher quer ouvir.
3. Nunca brinque com os sentimentos de uma dama.
4. Flores são de bom tom, mas certifique-se de que são as favorita da mulher."

Elas resolvem então colocar seu plano em pratica e Georgiana escolhe sua vitima(nem tão vitima assim) Dare. O lorde em questão não é só bonito, ele é o próprio canalha em pessoa e se alguém merece aprender como tratar uma mulher é o Visconde Dare.
Os dois são como gato e rato, sempre se desafiando e cheios de garras. Ambos escondem amarguras e tristezas do passado. Do início ao fim eles se estranham e o leitor pede mais, pois eles são divertidos, ousados e desafiadores.
Em algumas passagens ri alto, pois as tiradas são criativas e pouco usadas.

"- E você sabe o que rima com Georgiana, não é?
- Não, o que?
- Nada. Ele colocou "iana" no final de todas as palavras. Em trímetros iâmbicos, no entanto. " Ah, Giorrgiana, sua beleza é reluzentiana; como sua cabeleira douradiana,sua..."

 Outro aspecto importante do livro é a maturidade dos personagens centrais. Os romances de Época em geral abordam uma mocinha jovem, mal saída da infância e prestes a ser obrigada a se casar. Em Como se vingar de um cretino contamos com uma mulher madura, ousada e com uma língua afiada para a sociedade. Dare é um homem vivido e bem resolvido consigo mesmo. Ambos têm corações dedicados a seus familiares e amigos, porém fogem do amor. Como se fosse fugir do inevitável.

" O que ,não percebi era que você também tinha algo a me ensinar: que as pessoas podem mudar, e que às vezes, pode-se confiar no coração. O meu esta apaixonado por você a muito tempo Tristan."

Considerações Finais:

Suzanne continua a escrever de forma brilhante. Foi maravilhoso retornar com um livro tão bom, com uma narrativa rápida e fluida, os capitulos são agraciados ainda com trechos de famosas peças. 
Faço uma critica a tradução e revisão pois o uso do quequismo no livro é exagerado e cansativo em vários momentos.
A capa gerou muita polemica na epoca de escolha, mas por fim o veredito final me agradou.
Agora depois de toda a resenha você ainda não sabe se vai gostar ou não do livro, leia pois irá se surpreender.

Leu? Gostou? Comenta.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Segredos & Mentiras - Juliana Dantas

Sinopse: 


Uma mentira foi contada.
Com apenas dezesseis anos, a aspirante a modelo Olivia havia se apaixonado e engravidado de Noah Belford, herdeiro de uma importante dinastia política americana.

Porém, o que seria um escândalo iminente, não aconteceu quando a criança nasceu morta. 
Noah e Olivia seguiram suas vidas separadamente, ela se tornando uma famosa modelo e ele se preparando para ingressar na vida política como seu pai, um honorável senador da república.
Um segredo foi guardado.
Nove anos depois Olívia ainda sentia o coração apertado toda vez que via uma criança com a idade que sua filha deveria ter hoje. O vazio que aquela perda deixou em sua vida era algo que nada poderia preencher, nem o fato de ela ter se tornado uma das modelos mais bem pagas e famosas da atualidade.
No entanto, sua vida está prestes a tomar um rumo inesperado, quando reencontra Noah, agora candidato ao senado e os dois são forçados a se unir novamente em prol de algo que nunca poderiam imaginar.
Mentiras descobertas, segredos revelados e um escândalo em andamento numa trama sobre amor, a força do destino e o verdadeiro significado de família. 



Resenha:

Eu particularmente sou suspeita em falar da autora Juliana Dantas, acho a escrita dela fantástica e nada exagerada. Mas vamos falar um pouco do livro que isso é o que interessa.
A estória começa falando de uma grande mentira que foi contada para um jovem casal com a desculpa em que os pais fazem as coisas pensando no que é melhor para os filhos. Nem sempre, óbvio que a gente sempre acha que os pais nunca erram propositalmente. Não nesse livro, os pais deles foram muito cruéis.
Temos Olívia que atualmente é uma das modelos mais famosas do mundo, porém muito ligada a algo triste que aconteceu no seu passado. E Noah que é um jovem candidato ao senado. Há dez anos atrás eles tiveram um relacionamento que não era bem aceito pelos seus pais, pois eles achavam que isto atrapalharia a promissora carreira de ambos e interferiram de forma cruel.
Mas Olívia e Noah terão uma segunda chance e é tão triste ver a insegurança deles e  o tempo que lhes foi tirado, porém ao mesmo tempo o crescimento do relacionamento de ambos faz com que torçamos para que tudo dê certo e eles finalmente possam ser felizes, mas como tudo na vida nada será fácil e será que eles conseguirão o que os seus corações desejam?


"Eu estava totalmente atraída e pensando num jeito dele me notar. Ele tinha que me notar."

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Um amor estrangeiro (Sheila Cruz)



Sinopse
  
    Bianca Giordana de 23 anos decide ir embora da sua cidade natal Curitiba, para tentar vida nova no Rio de Janeiro após sofrer uma agressão física do ex noivo. Enrico não aceita o término do relacionamento e se torna amargo e ressentido. Por ser uma ótima professora de dança, é contratada por uma escola especializada e começa a tocar sua vida. 
   Em uma apresentação no final do ano com o intuito de angariar fundos para uma comunidade carente, conhece o empresário alemão Tommas Krause. E vive uma intensa história de amor, sexo e paixão. 
     Quem disse que conto de fadas não existe?

Resenha

     Bianca viveu um relacionamento abusivo com Enrico por alguns anos, até que ela resolveu se separar e ele (adivinha?) não aceitou. O problema é que ele se tornou agressivo e obcecado em tê-la de volta. Pra fugir dessa situação e votar a viver em paz, Bianca se muda de Curitiba pro Rio de Janeiro, onde divide apartamento com uma amiga e rapidamente consegue um emprego de professora de dança em uma academia. 
     Quando os olhos dela param no alemão Tommas Krause, ela entende que a vida dela vai mudar. Mas o que até então era um sentimento platônico se tornou recíproco numa apresentação de dança, onde Tommas finalmente nota e se atrai pela Bia. 
   O que seria só um jantar, uma noite de sexo foi esticando e ele se viu envolvido totalmente na vida dela quando Enrico descobre seu paradeiro e se revela mais perigoso do que esperávamos, não só ele como sua família. O casal começa, então, uma fuga do psicopata e a relação fica cada vez mais séria, enfrentando juntos todos os obstáculos existentes entre os dois, pela grande diferença de classe social. Será que ele aguenta mesmo enfrentar todos os furacões por ela?
     Leitura leve, quente, rápida e envolvente, onde ficamos aflitas todo o tempo por ela e encantadas pelo alemão mais gato do momento.